Os avanços da Pesquisa Clínica no combate ao câncer - Os frutos do futuro
- Guilherme Sakajiri
- 24 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Um estudo que busca financiamento para iniciar a fase três, do professor José Barbuto, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), afirma que uma vacina terapêutica para o câncer é desenvolvida no Departamento de Imunologia.
O pesquisador explica que a vacina terapêutica difere da vacina preventiva. A primeira é destinada a barrar a progressão de uma doença já instalada no organismo, enquanto a outra estimula o sistema imunitário a produzir proteção contra infecções no organismo.
Para Barbuto, o tratamento para o câncer é complexo, uma vez que existe o crescimento desordenado de células. Elas se dividem rapidamente e formam tumores, que podem invadir tecidos e órgãos. “O sistema imunológico deveria reconhecer o câncer e, por mecanismos de regulação, ele desliga isso. Com mais estudos, vieram grandes novidades”, destaca. “A gente consegue usar o sistema imunológico para tratar o câncer e essa descoberta foi prêmio Nobel de medicina, em 2018. Há uma manipulação do sistema imune que faz com que ele brigue contra o câncer”.
O professor ressalta que existe um tipo de freio do nosso sistema imunológico, conhecido como “sistema de breques”. A tecnologia de suas pesquisas é baseada no trabalho vencedor do Nobel. Ao liberar os breques, as células de defesa do organismo conseguem atacar o tumor. Esse mecanismo auxilia as nossas próprias defesas a detectar o câncer e agredi-lo.

“O que eu faço é produzir células dendríticas, componentes do sistema imune, em laboratório. Oferecemos o tumor do paciente a ela e devolvemos essa célula, apontado o tumor como um problema para o sistema. Ao fazermos isso, compra-se a briga contra a doença”, explica.
Os resultados preliminares, em 35 pacientes na etapa clínica, são promissores. “A sobrevida esperada para pacientes com tumores é inferior a um ano e meio. Para alguns subtipos, essa expectativa duplicou e, para outros, quadruplicou. A resposta foi muito importante e convincente. Agora, nós estamos indo para a fase três. Foi um bom estudo, mas pequeno. Vamos ver muitos pacientes nas próximas etapas. Se a hipótese se confirmar, será fantástico”, afirma Barbuto. (jornaldocampus.usp.br)
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